sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Música nas Sagradas Escrituras




O ser humano é intrinsecamente religioso. Não existiu na história dos povos antigos nenhum registro de algum povo “ateu”. Todos tinham seus mitos e religião. Deus colocou no coração do homem o desejo de buscá-lo.

A música sempre cumpriu um papel importantíssima no culto, na religião, na adoração. Todo cristão verdadeiro busca crescer espiritualmente. Se ama a Deus sinceramente busca conhece-lo, saber quem é esse Deus, como ele pensa, como agradá-lo. Quem ama sai do seu egoísmo e busca servir o amado. Para isso, o cristão tem que iniciar sua aventura em busca de subir o monte da contemplação para alcançar graus altos de espiritualidade e contemplação mística. É a busca do humilde. O soberbo põe desculpas e isola-se na sua mediocridade. O humilde busca transcender-se e alcançar o Deus que o chama. A música sempre teve parte na busca de um verdadeiro culto a Deus na história.

Encontramos indícios do uso da música desde mais ou menos 3.500 anos antes de Cristo (a.C.) em países como a China, Palestina, Pérsia, Egito e Babilônia. Pranchas de argila encontradas em tumbas antigas revelam um pouco da história da música. Se houvessem nos restado documentos antigos, que infelizmente são destruídos pela ação do tempo, talvez constataríamos que a música tem a mesma idade da raça humana. O mais antigo instrumento musical encontrado até o momento é a Flauta de Hohle Fels com datação aproximada de 35.000 anos atrás.

Na bíblia temos mais de 600 referências musicais. Listo aqui somente algumas observações mais importantes sobre a música na bíblia:

O relato da criação que abre o Gênesis é um texto de uma música sagrada cantada na sinagoga judaica.
No livro de Gênesis, capítulo 4, versículo 21 lemos que Jubal era o pai de todos aqueles que tocavam a cítara e os instrumentos de sopro.
Houveram músicas quando Moisés, Arão e Miriã conduziram o povo hebreu em sua saída do Egito (Êxodo 15).
Débora e Baraque cantaram a vitória que o Senhor os havia concedido (Juízes 5).
Em Samuel e seu discipulado profético havia o cultivo da música (1 Samuel 10,4).
Em 1 Crônicas há pormenores que revelam a função primordial da música no serviço no templo.
Com o Rei Davi, chamado de “o suave cantor de Israel”, a música alcança grande prestígio. O livro dos Salmos são cânticos bíblicos expressando toda a alma do povo de Deus e a ação de Deus na história.
Há vários cânticos espirituais no antigo e no novo. Os mais conhecidos são o Magnificat da Virgem Maria e o Benedicto do pai de São João Batista.
Os anjos ao anunciarem o nascimento de Cristo entoaram cantos.
Jesus e os discípulos entoavam cantos. Cantaram ao sair do Monte das Oliveiras. Paulo e Silas cantaram na prisão.
São Paulo nos deixou escrito: “É o que se dá com os instrumentos inanimados de música, por exemplo a flauta ou a harpa: se não produzirem sons distintos, como se poderá reconhecer a música tocada? Se a trombeta só der sons confusos, quem se preparará para a batalha? Assim também vós: se vossa língua só profere palavras ininteligíveis, como se compreenderá o que dizeis? Sereis como quem fala ao vento. (...) Então que fazer? Orarei com o espírito, mas orarei também com o entendimento; cantarei com o espírito, mas cantarei também com o entendimento. (...) Em suma, que dizer, irmãos? Quando vos reunis, quem dentre vós tem um cântico, um ensinamento, uma revelação, um discurso em línguas, uma interpretação a fazer - que isto se faça de modo a edificar" (1Cor 14,7-9.15); "Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais. Cantai e celebrai de todo o coração os louvores do Senhor. Rendei graças, sem cessar e por todas as coisas, a Deus Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo!” (Ef 5,19-20); “A palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua riqueza, de sorte que com toda a sabedoria vos possais instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais. Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Col 3,16-17).
São Tiago em sua carta nos exorta: “Alguém entre vós está triste? Reze! Está alegre? Cante.” (Tg 5,13).
No Apocalipse temos o relato de grandiosos cânticos na glória celestial: Harpas, trombetas, vários instrumentos, coros celestiais de anjos e santos (Apocalipse capítulos 5, 14, 19, e outros). O silêncio algumas vezes é visto como sinal de luto, tristeza, justiça divina e destruição (Ap 18, 21-22). Vários textos apocalípticos do antigo testamento e dos evangelhos também falam de sinais sonoros e música no Dia do Senhor ou Volta de Cristo.



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